REIS, Nelio Roberto dos ; PERACCHI, Adriano Lúcio ; PEDRO, Wagner André ; LIMA, I. P. de . Mamíferos do Brasil. Londrina: N. R. Reis; A. L. Peracchi; W. A. Pedro; I. P. Lima, 2006. 437 p.
Prezados,
Peço desculpas pela demora no retorno, mas realmente não estava com tempo para ler cada relato e poder contribuir de maneira significativa. Seguem as respostas às questões, que também estão sendo encaminhadas por email, a quem deixou o contato aqui.
Desde já agradeço a compreensão, e gostaria do retorno de vocês sobre os cuidados, me dizendo o que tem funcionado, o que não deu certo, como estão os filhotinhos.. Assim posso melhorar as informações contidas no blog.
E agradeço a boa vontade de vocês, em cuidar destes seres que quando filhotes são muito indefesos. O mundo precisa de mais pessoas como vocês!
E mandem as fotos do bichinhos que vocês salvaram!
Contribuição Luciana Castelli
Olá Daniela
Eu resgatei do ataque de caes 3 filhotes de gambá .
Infelizmente a mae morreu . Imediatamente procurei uma ONG , daqui da
regiao de Vinhedo , que cuida de animais silvestres. Por problemas
financeiros eles recusaram o resgate dos filhotes , entao comecei a
cuidar deles em casa . Pesquisei na internet sobre filhotes de gamá e
veio o seu blog .
Estou fazendo como vc esinou , aquecendo eles com
uma luz amarela ( incandescente ) e jornal . Estimulei-os a urinar e
defecar com algodao molhado em agua morna massageando a barriguinha e o
anus . Incrivel pq um deles na hora fez xixi.
A alimentacao eu
consultei a veterinaria da ONG que recomendou dar danominho , isso mesmo
acredite , diluido em um pouco de agua . Eles adoram e ela disse me que
é mais seguro que o ovo cru pois pode conter salmonela e prejudicar os
filhotes .
Tb estou oferecendo papinha de banana ou mamao , sempre
com um pouqnho de agua para facilitar a ingestao . Deixo um potinho com
agua mas lembrando que precisa ser pequeno mesmo porque eles podem
entrar dentro e se afogar ..... Eles sao curiosos e ja vi que eles
entram no pote!
Outra dica legal que a veterinaria me deu foi
colocar racao de gato , porque vai chegar um momento em que o dentinhos
começam a nascer e eles gostam de roer .
Eu percebi que os
filhotes aqui nao queriam mais tomar o danominho na seringa . Eles
mordiam a ponta e a partir dai dei a racao e eles ja estao comendo
......
E o fundamental : trata-los como animais silvestres . Nao
acaricia-los , ficar com eles no colo ..... Eles nao sao domesticados e
nem domesticos ! Qdo recolocados na natureza precisam dos seus
instintos proprios para sobreviver.
Um grande beijo a todos que protegem e amam os animais !
Luciana Castelli. Email lucastelli77@hotmail.com
Á Marcelo:
Cuidado ao aproximar os gambázinhos de gatos, porque eles tem o instinto da caça, podem acabar machucando-os. Mas de repente, se houver a certificação de que está tudo bem, você poderia tentar.
Eu li um artigo uma vez, sobre a adoção de filhotes de outas espécies por felinos de grande porte. A técnica utilizada, constava no uso de coletes com o cheiro da prole do felino. Ou seja, primeiro o colete deve ficar preso a um gatinho, por alguns dias, para ficar com o cheiro dele, depois então, deve ser colocado no gambázinho, simulando então que ele faça parte da prole. Mas a parte de alimentação é um pouco diferenciada. Os gambás não nascem completamente formados, na verdade terminam a maior parte do seu desenvolvimento dentro da bolsa da mãe. Enquanto permanecem lá dentro, eles ficam presos as mamas. Então tente alimentá-lo conforme os procedimentos descritos. Caso eles não aceitem uma seringa ou mamadeira pequena, utilize um conta-gotas, ou mesmo um cano fininho.
Sua outra pegunta diz respeito ao animal se virar sozinho depois da idade adequada? Se for isso, a medida que os animais forem crescendo, deve-se estimular a alimentação através de outros tipos de comida. Os gambás são animais onívoros, tem uma dieta muito ampla, desde pequenos animais, até frutos, sementes, insetos. Ele conseguirá se virar sozinho se vocês estimularem isso, não criando-o como um bichinho de estimação.
Á Fernanda Saens:
Animais domésticos são um perigo para animais silvestres. Justamente por ser filhote, o gambá ainda não consegue se defender, e pode facilmente ser morto por cães ou gatos. O ideal é deixá-lo fora do alcance de outros animais.
Á Karine:
É normal ele querer ficar agarrado no corpo, afinal ele tem uma grande parte do desenvolvimento dentro da bolsa da mãe. Procure apenas não deixar ele muito próximo de humanos, para depois a soltura ser mais natural. Quanto a vômitos e diarréia, isso pode ser devido a mudança de alimentação. Vá fazendo “testes” para ver o que é menos indigesto para ele.
Á Nancy:
“Tenho uma dúvida com respeito a este bichinho. Muitas pessoas me disseram que ele transmite a doença de chagas. Eu tinha alguma ideia sobre isso, mas nunca me preocupou muito. Existe esse risco com o animal tão pequenininho??”
Realmente os gambás são portadores do Trypanossoma (não só eles como outros marsupiais tbm), mas não há estudos comprovando a transmissão para humanos. Mas isso não é descartado.
O contágio da doença de Chagas se da no momento da picada do barbeiro, nao pela picada em si, mas sim através das fezes do bicho. Assim quando ele pica também defeca e é neste momento que acontece a infecção.
No caso dos gambás, eles adquirem o Trypanossoma ou através da picada de barbeiro ou pela locomoção e ingestão de alimentos contaminados (andar pelo lixo ou lugares sujos e ingestão de barbeiros, por exemplo). Se houvesse uma possivel transmissão de marsupiais para humanos, seria provavelmente atraves das fezes em contato com ferimentos abertos ou mucosas. Como já falei, não há comprovação sobre isto.
Prevenção nunca é demais, por isso ao manipulá-lo cuidado ao colocar as mãos sujas na boca e nariz e em ferimentos.
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Observação: A estudante de veterinária Fernanda Ferreira colaborou com muitas respostas nesta postagem, e em função de sua experiência cuidando de gambás, criou um blog só sobre o assunto: http://comocuidardegambas.blogspot.com Não deixem de visitar e esclarecer melhor suas dúvidas!